quinta-feira, 9 de abril de 2009

Leme


Aqueles detalhes que antes não percebia
Situações inusitadas, contrastadas em minha mente
Coração latente em encontrar algo que talvez
Nem saiba o quê.

Ininterrupta sensação de prazer
Em minhas coxas, minhas costas, meu sexo.
Relação talvez meio sem nexo
Nexo este que desprezo.

Vejo-te e ouço o pulsar da verdade.
Imagem esta, sendo construída
Das lembranças não corroídas pelo tempo.
Dessas possibilidades que existem e invento.

Guia que me leva ao teu gosto
Sem definir qual fruta pertence.
Tenho em mim, sua companhia
Essa bruta e lapidada sensação de moradia.

Partes em seu rumo e me desnorteia
Ao vazio, momentaneamente pertenço
Intenso e rápido lapso de solidão
Retomo e velejo ao momento de ver-te novamente.


Jandi Barreto

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Sinceridade


Insônia dos dias constantes que me preenchem há algum tempo. Não sei ao certo o que isso quer dizer, mas penso que, na tentativa desses momentos de solidão, uma certa aspereza e clareza me circundam na expectativa de florir um pensamento, uma realidade, uma imaginação ou simplesmente tudo isso se perder nessas insanidades naturais que apenas a nossa total neutralidade é capaz de alcançar. Não quero me tornar uma alucinação. Há quem pense que isso realmente possa ser bom, mas quero a lucidez apreendida nesses momentos alucinógenos sem o uso de qualquer substância que possa me levar a ela. Apenas a vontade de... E é nisso que me apego. Essa vontade de... sempre constante, sempre pulsante, sempre recorrente que me impulsiona a... Quero deitar quando a hora se avança demasiadamente e, mesmo sem sono observar esse ritual que é entregue à inconsciência que só o sono proporciona, e me derreto nesses sonhos pouco lembrados, mas que sei que existiram e que eu estava numa deliciosa companhia, entre esses mundos material e imaterial. Fazer o que simplesmente segue. Sem racionalizar, sem idealizar, mas observar o curso da vida. Uma verdade sincera mesmo que dorida. Mas uma verdade sincera. Sempre. Jandi Barreto