quarta-feira, 27 de maio de 2009



Fico aqui, esperando ansiosa o momento de te ver novamente, meu amor. Entro nesse louco estágio de sofrimento, e quero sim aumentá-lo. Queria tanto ter-te aqui comigo, agora, mas não posso. Me sacrifico, me torturo. Faço isso, porque nem toda dor é ruim. Porque tudo o que mais quero agora é estar com você, e se todo esse aperto é pela sua ausência, sei que, mesmo assim, você está aqui, dentro de mim. Gosto das coisas profundas. Já que comecei, que essa saudade aumente ainda mais. E que quando te encontrar novamente, meu corpo inteiro se transforme nesse estado trepidante e úmido, de todas as maneiras, de todas as formas, em todas as formas. Mas agora fico apenas em suas imagens. Em seu cheiro. Lembrando da temperatura da sua pele, quando sua barriga na minha encosta, num perfeito encaixe das nossas formas tão particulares, despidas, quentes, suaves... Eu e você. A sua língua percorre por toda minha nuca, como nunca antes nenhuma outra percorrera. Suas mãos entre minhas pernas, fazendo leves carinhos em minhas coxas. Minhas unhas arranhando suas costas suadas, tão bem curvadas, num caminho perfeito até um novo ponto de prazer. Nossas pernas enlaçadas se movimentam num atrito lascivo e delicado, onde toda a minha razão se esvaire. Mas agora estou aqui. Meia-noite e meia. Selecionei um aglomerado de músicas românticas e saudosas que embalam as cenas de amor dos seriados que mais me identifico, e as ouço ininterruptamente. A sua foto está aberta em uma das abas do computador. Em uma outra aba, uma cena de amor intenso acontecendo. A música perturba meus ouvidos. O coração aperta mais a cada momento. Uma carta sua e junto a ela nossa foto. Aquela que você me deu quando fizemos quatro meses de namoro, aqui, ao lado do teclado, onde meus olhos possam enxergá-la sempre. E uma vontade desesperadora de que chegue logo amanhã à noite.

Jandi Barreto

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Canção de um amor só.




Sinto através dela o que está aí.
Essa luz que me prende
No olhar, na alma, na calma
Na amplitude da imaginação.

Uma forma libertária de nó
Onde uma parte sua está aqui comigo.
Ainda não sei ao certo como lidar, falar, gritar
Essa canção de um amor só.

Sofrimento ensina,
Sina de não ter um consolo
E tudo se confundir no eco
Não ritmado do coração.

Espera o momento certo.
Guarda e cuida.
Escuta o quanto é bom
Isso que só você sabe.

Jandi Barreto